Trazer o máximo valor para o cliente, com o mínimo de desperdício. Este é o principal pressuposto por detrás da metodologia Lean Manufacturing, um conceito adaptado do sistema Toyota de produção e que é hoje colocado em prática em indústrias de todo o mundo.
Apesar de muitos gestores industriais considerarem que o ERP pode não ser a ferramenta mais adequada para implementar a metodologia Lean, a verdade é que um ERP adaptado à indústria vai incluir uma série de funcionalidades ligadas à gestão de chão de fábrica que permitem aceder a dados da produção em tempo real e, assim, retirar insights sobre como reduzir desperdícios e otimizar os processos.
8 tipos de desperdício na indústria
- Perda por superprodução
- Tempos de espera durante o processo
- Transporte e movimentações desnecessárias
- Processamento excessivo (trabalho, componentes)
- Acumulação de inventário
- Movimentação desnecessária de pessoas
- Produção defeituosa ou com erros
- Talento e know-how da equipa desaproveitado
Os 5 princípios do Lean Manufacturing
O Lean Manufacturing visa alcançar elevados níveis de produtividade na indústria, incrementar a rentabilidade e dar uma resposta mais célere às necessidades do cliente. Mas alcançar estes patamares de excelência implica colocar em prática alguns princípios:
1. Definição de valor
O valor diz respeito aos aspetos que o cliente valoriza num produto ou num serviço e, consequentemente, ao montante que se dispõe a pagar pelos mesmos.
2. Mapeamento do fluxo de valor
Envolve a análise de materiais e recursos necessários para a produção de um artigo ou serviço, abrangendo todo o ciclo de vida e identificando as fases em que existe desperdício ou perdas.
3. Criação de fluxo
Após a identificação dos pontos de desperdício, o próximo passo é garantir que os processos produtivos ocorram de forma suave e contínua, eliminando interrupções, atrasos e gargalos.
4. Implementação de Sistema de produção Pull
Ao contrário dos sistemas push, em que se inicia a produção com antecedência de forma a dar resposta às previsões de vendas e produção, num sistema pull, a produção só tem início quando existe um pedido de cliente, e como tal, implica uma maior flexibilidade, comunicação e eficiência nos processos. O sistema pull (que em português significa puxar) tem como vantagens a redução dos níveis de stock, redução de custos operacionais e o aumento da qualidade do produto final.
5. Melhoria contínua
Na metodologia lean, a busca pela perfeição – que corresponde ao conceito de Kaizen – é uma constante. Como tal, são implementadas avaliações de processos e melhorias de procedimentos, bem como métricas relacionadas com prazos de entrega, ciclos de produção, rendimento e fluxo cumulativo.
Esta cultura deve ser transversal a todos os departamentos e equipas, do nível de gestão ao operacional, criando um sentido de união em torno do mesmo propósito.
Como um ERP industrial ajuda a implementar a metodologia Lean Manufacturing
Hoje, em plena Indústria 4.0 e 5.0, colocar em prática os preceitos de Lean Manufacturing torna-se mais simples com recurso à tecnologia, e o ERP industrial é o melhor aliado para esta missão.
Por utilizar uma infraestrutura de dados que se podem relacionar entre si, gerando insights valiosos sobre o processo produtivo, um ERP industrial pode ser um excelente aliado do Lean Manufacturing. Vejamos de que formas é que um software ERP pode ajudar a colocar a metodologia Lean em prática:
Redução do transporte
A movimentação de mercadorias e materiais entre locais como áreas de preparação, armazém ou zona de embarque, geram desgaste das máquinas, operadores e perdas de tempo. Tudo isso traz custos. Como tal, menos horas gastas neste processo levam à redução de desperdícios.
Um ERP industrial conta com funcionalidades que permitem planear de forma eficiente os meios de produção e logística, nomeadamente agendamento, monitorização, utilização de equipamentos e rastreamento de inventário, que permitem perceber onde os recursos estão a ser comprometidos e que etapas do processo podem ser aceleradas ou eliminadas.
Redução de desperdício associado a inventário
Quando as matérias-primas e produtos semi-acabados ou acabados se começam a acumular em stock, pode ser um mau sinal. Dotado de ferramentas de previsão de procura e definição de níveis mínimos e máximos de stock com base em históricos de vendas, um ERP permite-lhe agilizar essa gestão, de forma a implementar o sistema pull e Just-in-time – uma estratégia de gestão que visa ter materiais, produtos e componentes entregues na produção exatamente no momento em que são necessários.
Redução do desperdício associado a movimentações
Neste caso, referimo-nos a movimentações de equipamento e pessoal que não agregam valor. Frequentemente, os layouts de produção afetam este desperdício, sobretudo se as rotas não forem otimizadas, podendo gerar-se gargalos nas deslocações ou desgaste excessivo de equipamentos (por exemplo, empilhadores).
O ERP industrial colmata esta falha, pois fornece dados sobre a utilização de máquinas e planeamento da produção, como por exemplo, quais os processos que estão a demorar mais tempo, se há equipamentos que não estão a trabalhar com a eficiência esperada, entre outros.
Redução de perdas de tempo
Gargalos na produção, máquinas paradas ou equipas que não trabalham em sintonia…se não existe atividade na produção, há perdas de tempo – e, como todos sabemos, tempo é dinheiro. O ERP industrial permite às equipas aceder a informação centralizada numa única fonte de dados sempre acessível e que lhes permite identificar obstáculos e fazer um planeamento em cronograma dos trabalhos, gerando maior eficiência no processo produtivo.
Redução do risco de superprodução
Por contribuir para o aumento de todos os restantes, o excesso de produção é um dos mais graves tipos de desperdício em produção. A superprodução acontece quando aquilo que é produzido excede as necessidades ou é produzido com demasiada antecedência, ficando em stock por demasiado tempo. Um ERP adaptado às necessidades da indústria permite gerir a cadeia de suprimentos de forma mais ágil, automatizando o processo de compra e gerando previsões de procura mais rigorosas, com base em dados históricos.
Redução dos níveis de processamento
O excesso de processamento diz respeito a trabalho que está a ser feito e que não agrega valor. O processamento excessivo gera perdas de tempo, receita, desgaste de equipamentos e até erros na produção. Também, nesse caso, um ERP industrial pode ajudar, uma vez que permite, por exemplo, gerar listas de materiais (BOM) de forma automatizada e insights sobre metas de produção e KPIs de vendas.
Um bom ERP adaptado às necessidades da indústria é uma ferramenta de trabalho que se conjuga na perfeição com os princípios do Lean Manufacturing. Especializada em soluções de tecnologia para a indústria, a BNEXT conta com uma equipa que entende as necessidades do setor e está pronta a aconselhá-lo sobre a melhor solução para si. Fale connosco!